(Professor
Jônatas Frazão)
A Paraíba está dividida entre os
que acreditam que Cássio é elegível e poderá disputar o Governo do Estado este
ano; e os que não acreditam nesta possibilidade. De paraibanos que vivem a
política no sangue, viramos um monte de rábulas a palpitar sobre a
elegibilidade do tucano. Alguns eivados de paixão, outros nem tanto. Mas, todos
tem sua opinião formada.
A minha é de que Cássio não poderá
ser candidato e que chegará o momento em que isto será posto. O problema é que
esta certeza só teremos em julho, depois que o PSDB apresentar, em convenção, a
candidatura do tucano, o que será, aos olhos da Justiça, o ‘fato concreto’ que
poderá ensejar uma resposta, inicialmente do Tribunal Regional Eleitoral da
Paraíba.
Mas TRE não dará apalavra final. Se
o órgão disser que Cássio é inelegível, ele recorrerá. Se não, os adversários
recorrerão. Depois vem o TSE, até desaguar no Supremo Tribunal Federal.
Nota-se, portanto, que haverá ‘via crucis’ para Cássio, qualquer que seja a
decisão inicial. Esse tempo será suficiente para Cássio fortalecer a chapa.
Primeiro porque ele sabe que até as
convenções nada o impedirá de dizer que é Ficha Limpa e que poderá ser
candidato. Segundo, porque depois da convenção também poderá posar de elegível,
pois o caminho ao Supremo é longo e cansativo, o levando até a campanha propriamente dita.
Cássio, sabedor de que não poderá
levar adiante a sua candidatura, vai tentar fortalecer ao máximo a sua chapa,
para, no momento da saída, ela estar fortalecida. Isso explica, por exemplo, o
fato de ele ‘rifar’ a vaga de Cícero na chapa em busca dos míseros 35 segundos
do tempo de televisão oferecidos pelo PTB de Wilson Santiago, segundo
levantamento do tempo de rádio e TV que o TRE-PB divulgou esta semana.
E esse tempo é tão importante que
fará, por exemplo, com que Cássio entre de braços dados em Campina Grande com o
‘Inimigo de Campina’. Foi assim que Cássio, durante anos, tratou Wilson
Santiago, ao condenar projeto de autoria do filho de Uiraúna que subtraiu
parcela considerável do ICMS da cidade, o tão famoso projeto de redistribuição
do ICMS. Lembram?
Cássio sabe que terá na aliança
PMDB-PT, com Veneziano e Lucélio, um concorrente forte no guia eleitoral. É
que, segundo os mesmos dados do TRE-PB, só esses dois partidos, juntos, terão 5
minutos e 18 segundos (2 min e 56 seg do PT e 2 min e 22 seg do PMDB). E, a
depender da união de outros partidos, Veneziano poderá ter praticamente metade
do tempo total de 16 minutos e 40 segundos disponibilizados pela Justiça
Eleitoral para a propaganda.
Agora, uma perguntinha que deveria
ser feita a Wilson Santiago: ele aceitaria ser candidato a senador numa chapa
com Ronaldinho ou Ruy Carneiro candidato a governador? Claro que não. Wilson é
matuto, mas não é besta. Por isso Cássio insiste numa elegibilidade capenga,
para segurar quem poderia ser ‘insegurável’ e manter a pose para, quando
entregar a chapa ao real postulante, essa chapa estar forte.
Ele sabe de suas limitações e sabe que
os prováveis aliados não aceitariam se ele, agora, dissesse a verdade. Nem
precisava dizer toda a verdade. Se ele dissesse, pelo menos, que, em caso de
impossibilidade, o candidato seria outro, os ratos pulariam fora do barco mesmo
sem a tempestade chegar. Uma coisa não se pode deixar de reconhecer: esse
Cássio é inteligente, viu!
*professor aposentado da UFPB. Este comentário
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