Professor
Jônatas Frazão
Estou
achando esta campanha muito parada. Tudo começou muito frio, diferente dos
outros anos. Se na pré-campanha tivemos algo que nunca antes na história desse
estado (!) havia acontecido, passado o período das convenções e registro de candidaturas,
agora a Paraíba para, como se não houvesse uma disputa acirrada pela frente.
Eu
também parei. Tenho observado a movimentação política dos candidatos a
governador e confesso que tenho achado tudo muito estranho. Ao ponto de começar
a imaginar cenários impensáveis e disputas bem diferentes daquelas que todos
pensavam que iriam ocorrer.
Falemos
de Cássio. Não restam dúvidas de que no período de pré-campanha foi quem melhor
trabalhou. Conseguiu aglutinar partidos e apoios dos mais diversos e acabou na
pole position do tempo de TV. Perdeu o apoio do amigo e senador Cícero Lucena,
magoado por ter sido preterido no processo eleitoral. Mas ele deve saber o que
está fazendo. Espero.
Falemos
de Ricardo. Saiu enfraquecido. Com o governo na mão, perdeu o apoio de Rômulo,
perdeu partidos importantes para Cássio, penou para conseguir um vice e teve
que engolir Lígia Feliciano, que representa o significado de Damião Feliciano
em Campina, mas não soma nada mais à sua chapa. E ainda tem a possibilidade de
perder o PT na disputa judicial com o PMDB, o que seria um enorme baque em sua candidatura.
Agora
falemos de Vital. Entrou na disputa sem o desgaste da pré-campanha, absorvido
em sua totalidade pelo irmão, Veneziano, então pré-candidato até a última volta
dos testes oficiais para o grande prêmio. Tem cacife nacional no PMDB e no PT e
é provável que ganhe a queda de braço com o PT de Luciano e Lucélio – aliás,
dupla que sai muito menor do que entrou nessa disputa.
A
trajetória de Vital fala por si. Vereador em Campina Grande, deputado estadual,
foi eleito deputado federal com a maior votação, dentre seus concorrentes, em
2006. De um simples deputado federal – mas com um mandato bem avaliado – passou
à condição de senador, fato que não é considerado normal na política, pois o
tapete azul, geralmente, é reservado para ex-governadores e políticos depois de
testados em várias esferas.
Na
eleição para o Senado, derrotou Cássio, Efraim e Wilson Santiago em João Pessoa,
o maior colégio eleitoral do estado. Foi o segundo colocado no geral, perdendo
para Cássio– que até hoje mostra os mais de 1 milhão de votos como troféu – por
uma diferença de 134.682 votos. Cássio teve 1.004.183 votos e Vital, 869.501.
O
detalhe é que Cássio foi para a disputa ao Senado com o cacife de três mandatos
de prefeito em Campina Grande, dois de deputado federal, como ex-superintendente
da Sudene e duas vezes governador. Vital foi vereador duas vezes, três vezes
deputado estadual e uma vez deputado federal. Só. E teve o monte de votos que
teve.
Diante
do histórico de cada um, não tenho dúvidas de que teremos uma grande campanha
pela frente. E se alguém aí pensar em subestimar Vital, pode estar incorrendo em
grande erro. Não é à toa que ele é chamado pelos amigos mais próximos de
superman. Será que o silêncio atual seria a busca por uma criptonita?
*professor aposentado da UFPB. Este comentário
também está publicado no meu facebook
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